sexta-feira, 21 de novembro de 2008

SINAIS EM SOBRADINHO: FRAUDE

Por RAFAEL AMORIM - coordenador do NEUS

Após cerca de 50 km de uma estrada realmente cruel e desumana, a RS400, com buracos sem fim, chegamos no município de Passa Sete, na chamada Região Centro-Serra do Rio Grande do Sul, a mais de 230Km de Porto Alegre e a 210Km de Santa Maria. O campo de trigo desponta ao lado da rodovia - se é que podemos chamar "aquilo" de rodovia...

Confesso que ali já foi desanimador o encontro com o suposto agriglifo, cropcircle ou sinal, marcado em posição cuidadosa, de forma que todos pudessem observá-los da estrada. Está a uma distância de aproximadamente 100m da cerca aramada que separa a plantação da faixa de domínio da rodovia. Como já previámos, os sinais na plantação já fora quase desfigurado de um dia para o outro. Os curiosos são uma das ameaças a este tipo de evidência mais significativa. Apesar de nosso apelo, por telefone, ao dono da fazenda para que fechasse as entradas do lugar aos curiosos, o assédio ao trigal fez com que o pessoal da fazenda abrisse um caminho ao lado do suposto agriglifo. Mesmo assim, os visitantes, como de costume, desrespeitaram o acesso, desfigurando o local.

Logo reparamos a presença de outros ufólogos, de Porto Alegre, do Projeto Portal, que de imediato também constataram que se tratava de algo feito pela mão humana.

O círculo feito era totalmente irregular, observado a partir do nosso ponto de vista. Com 2 anéis medindo exatos 1, 20m de espessura, e com uma distância de no mínimo 80cm entre eles. No centro, um pequeno círculo feito nitidamente com os pés, de mais ou menos 1,90m. Este não apresentava as características normais dos cropcircles ingleses e de Ipuaçu, Santa Catarina. O trigo convergia, deitado, para diferentes lados.

A dobra de cada fio de trigo estava irregular, muitas vezes quebrados, e acima de dez a 12cm da raiz. O seu vértice é de 90º a 100°, muito aberto.

Não havia nenhum tipo de interferência em nossos celulares.

Conversamos com o senhor Jacir, morador ao lado do campo de trigo, que falou-nos que, na noite anterior, não notou nada de diferente, como luzes ou barulhos pela região. E afirmou que ficara até mais tarde do lado de fora da sua casa. Outros moradores também confirmaram que nada de diferente haviam percebido. Na manhã seguinte, o campo já estava sob o olhar de curiosos, que observavam da estrada o agriglifo. Só neste momento é que o senhor Jacir, vizinho ao trigal, foi ver do que se tratava.

O que soma este fato para nós estudiosos da ufologia é o comparativo que podemos fazer entre os mais intrigantes sinais deixados em outras plantações de trigo e as fraudes infelizes como esta de Sobradinho. Assim, nada é desperdiçado em nossa busca por explicações. É uma pena que ainda existam pessoas que brincam com isso. Deveriam usar seu senso de humor com coisas menos dispendiosas para nós pesquisadores. Mas, enfim... continuamos à "caça"!

*Fotos: Fernanda Karls e Rafael Amorim


Detalhe dentro do anel externo do crocircle

Fernanda, do NEUS, no centro do círculo

Coordenador do NEUS colhendo amostras

Parte do anel externo



Ufólogos de Santa Cruz e Porto Alegre presentes no local


Detalhe das dobras nos ramos de trigo

Um comentário:

  1. Parabéns pela matéria Rafael. Estive em Ipuaçu em 2008 verificando os círculos de lá. Também acompanhei outros de Xanxere e Ouro Verde que serviram para comparação. Se quiser checar minha matéria esta em meu blog futurantiqua. Abraços. Carlos Machado

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